Biomecânica implantodôntica adequada
A biomecânica implantodôntica pode ser dividida em biomecânica intrínseca e biomecânica extrínseca. Além isso, a biomecânica estará adequada quando tanto a intrínseca quanto a extrínseca estiverem equilibradas com o sistema, também equilibrado.
Entenda-se por sistema o paciente na sua totalidade.
As biomecânicas intrínseca e extrínseca estarão equilibradas se, quando em conjunto, forem capazes de receber e dissipar as forças mastigatórias até a sua neutralização, sem prejuízo para a prótese, seus componentes, o implante ou os tecidos. O equilíbrio do paciente, por sua vez, requer estado de normalidade sem desvios somáticos ou psicológicos.
Biomecânica intrínseca
A biomecânica intrínseca é formada pelo Complexo de Sustentação e pela Natureza da Mastigação.
Complexo de sustentação
O complexo de sustentação é composto pelo osso e pelo implante.
O osso
Dois tipos ósseos são utilizados para alojar os implantes: o alveolar e o basal. O osso alveolar tem a função de sustentar o elemento dental, enquanto que o basal dá suporte aos músculos, mantendo a arquitetura crânio facial. Na perda do dente, o osso alveolar deixa de receber estímulos e sofre uma atrofia por desuso. Essa atrofia pode ser volumétrica, densitométrica ou ambos, podendo implicar na resistência do complexo de sustentação. Alturas e/ou volumes ósseos menores impedem a colocação de implantes mais longos e/ou mais largos. Densidades ósseas menores oferecem menor resistência mecânica.
Anatomicamente, os ossos maxilares são constituídos por osso cortical e osso medular ou esponjoso. O osso cortical se caracteriza por possuir maior quantidade mineral e menor vascularização; o medular, ao contrário, é caracterizado por possuir uma menor quantidade mineral e uma maior vascularização. Enquanto o osso cortical propicia melhor ancoragem ao implante, o esponjoso é mais facilmente remodelado (Figura 2).
Lekholm e Zarb, em 1985, propuseram uma classificação óssea quantitativa e qualitativa usada habitualmente. Qualitativamente, o osso foi classificado de “1” a “4”, sendo o tipo “1” o que apresenta predominância de osso de maior densidade mineral e o “4” o que apresenta predominância de osso de menor densidade mineral (Figura 3); quantitativamente, os ossos maxilares são divididos em “A” a “E”. O osso do tipo “A” é o que possui a maior proximidade com o seu volume original, e o “E”, a menor proximidade (Figura 4).
Qualidade e quantidade óssea são, em conjunto, fatores determinantes para a obtenção da melhor resistência mecânica.
Adolfo Embacher Filho
Especialista Master em Implantologia e Prótese Dental. Doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. Mentor do Sistema Colosso de Implantes Osseointegráveis. Executou ou orientou mais de 25.000 implantações. Possui mais de 30 anos de experiência nesta área.