A harmonização facial na odontologia envolve diversos procedimentos estéticos não cirúrgicos que visam melhorar a beleza facial e restaurar o equilíbrio do rosto do paciente, e tem se posicionado como uma das áreas em crescimento, a partir de sua regulamentação em 2019 pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO).
Além disso, o campo, que está em constante evolução, tem permitido cada vez mais aos dentistas desenvolverem uma atuação multidisciplinar e ampliar sua atuação no consultório.
Continue a leitura para conhecer detalhes importantes que os cirurgiões-dentistas precisam saber para se especializar em harmonização facial, além de questões éticas sobre a divulgação de casos!
Harmonização facial: o que é?
A harmonização facial na odontologia envolve um conjunto de procedimentos com o objetivo de promover equilíbrio estético em todo o rosto do paciente. Os dentistas desempenham papel fundamental nesse campo, pois são capacitados para aplicar certas metodologias.
Além de aprender conceitos sobre a região corporal na graduação, vale ressaltar que é necessário realizar curso de especialização para atuar na área. Inclusive, o campo de trabalho permite que os cirurgiões-dentistas ampliem seus papéis no consultório ao oferecer um atendimento mais completo, tornando a odontologia multidisciplinar.
A abordagem ganhou ainda mais destaque nos últimos anos, já que o CFO reconheceu a harmonização orofacial (HOF) como especialidade odontológica em 2019, habilitando que dentistas também pudessem realizar os procedimentos, assim como médicos já faziam.
Diferenças entre harmonização facial e orofacial
Ambas abordagens são complementares, com o mesmo objetivo de equilibrar o rosto dos pacientes. O que muda é o enfoque e a atuação. Mas, de modo geral, a orofacial pode ser considerada subcategoria da facial.
O foco da harmonização facial no rosto é promover a harmonia estética, abordando aspectos como formatos, proporções, simetrias, rugas, sulcos e volumes. A atuação inclui uso de toxina botulínica, preenchedores dérmicos, fios de sustentação, entre outros procedimentos na região.
Já a orofacial é um pouco mais específica, com enfoque em aspectos relacionados à boca, lábios, gengivas, dentes, ossos maxilares e musculaturas do local. Ou seja, ela pode ir além da estética e ser determinada para funções que afetam a saúde do paciente.
Embora aja essa diferenciação, é importante destacar que ambos compartilham um objetivo similar: proporcionar aparência harmoniosa e restaurar a autoestima dos pacientes.
Por que dentista pode fazer harmonização?
Os cirurgiões-dentistas podem fazer harmonização porque possuem amplo conhecimento sobre a anatomia do rosto e da boca. Isso os capacita a realizar procedimentos diversos na região da cabeça e do pescoço.
A harmonização orofacial é um procedimento estético que se relaciona com a saúde bucal, como oclusão, dentição e sorriso. No entanto, é importante destacar que o dentista deve ter especialização na área para ser habilitado e realizar os procedimentos com segurança.
Como ser especialista em harmonização facial?
Para se especializar em harmonização orofacial, os dentistas precisam fazer pós-graduação na área, em programas reconhecidos pelo CFO, além do diploma em odontologia.
Os cursos oferecem aos dentistas o conhecimento e as habilidades necessárias para realizar procedimentos como preenchimento dérmico (à base de ácido hialurônico, por exemplo), aplicações de toxina botulínica e outras técnicas relacionadas.
Segundo a resolução do CFO, é obrigatório também que os cursos tenham, no mínimo, 500 horas, divididas da seguinte forma:
- 400 horas na área de concentração;
- 50 horas na área conexa;
- 50 horas para disciplinas obrigatórias.
Além disso, é importante que os dentistas mantenham-se atualizados com os avanços e técnicas mais recentes no campo da harmonização facial na odontologia. Isso pode ser alcançado por meio da participação em cursos mais específicos, congressos e atividades de desenvolvimento profissional oferecidas por organizações e instituições de renome.
O que se estuda na especialização?
De acordo com o CFO, para ser considerado especialista em harmonização orofacial, o dentista deve fazer o curso com as horas mínimas, divididas em três áreas. Em cada seção, os conteúdos são divididos da seguinte forma:
- Área de concentração: disciplinas de preenchedores faciais e toxina botulínica, fios orofaciais, lipoplastia facial, agregados leuco-plaquetários autólogos, mesoterapia e indutores percutâneos de colágeno e fototerapia facial.
- Área conexa: matérias de anatomia de cabeça e pescoço, histofisiologia, anatomia da pele (epiderme, derme e tecido subcutâneo), farmacologia e farmacoterapia.
- Disciplinas obrigatórias: ética e legislação odontológicas, metodologia científica e bioética.
Ética e responsabilidade
A resolução 176/2016, do CFO, afirma que os cirurgiões-dentistas atuam na face e na estética com os pacientes. Assim, é autorizado o uso de toxina botulínica e preenchedores faciais pelo profissional, além de delimitar a área anatômica de atuação em procedimentos clínico-cirúrgicos.
Por isso, os especialistas devem atuar respeitando os limites legais, além de levar em consideração as questões éticas. Os dentistas devem realizar seus trabalhos com foco na promoção da saúde, bem-estar e segurança dos pacientes, de acordo com o Código Ético da categoria.
Dessa forma, é preciso seguir algumas normas como realizar procedimentos com consentimento do paciente, comunicando de forma clara e completa as informações sobre as técnicas usadas, objetivos, procedimentos e complicações esperadas.
Além disso, o profissional deve ser especializado na área para executar as ações, garantir que todas as informações sejam mantidas em sigilo, conduzir e ser responsável pelos procedimentos com preocupação em relação à saúde do paciente.
Vale citar que os cirurgiões-dentistas não podem publicizar procedimentos não odontológicos, principalmente aqueles relacionados à estética que não competem ao profissional.
O que não pode realizar na harmonização facial?
O CFO estabelece diretrizes e restrições sobre os procedimentos que os especialistas podem realizar. É permitido “fazer uso da toxina botulínica, preenchedores faciais e agregados leucoplaquetários autólogos na região orofacial e em estruturas anexas e afins”, como afirma a resolução que regulamenta a prática.
Entretanto, é vedado ao profissional especializado em harmonização facial na odontologia a realização de procedimentos cirúrgicos que competem ao especialista em cirurgia e traumatologia buco maxilo facial.
Materiais utilizados na harmonização
Os dentistas utilizam uma variedade de materiais nos procedimentos de harmonização orofacial, como:
- Preenchedores à base de ácido hialurônico;
- Toxina botulínica;
- Bioestimuladores de colágeno;
- Cânulas com agulha;
- Fios de PDO.
Lembrando que o uso de qualquer produto e instrumento deve ser feito por profissionais capacitados, seguindo todas as normas de biossegurança e as indicações adequadas para cada paciente.
Importância de adquirir itens oficiais de forma regular
É fundamental que ao comprar os materiais para HOF seja feita uma operação de forma regular, com produtos regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vendidos por empresas certificadas.
Alguns dos benefícios de realizar o procedimento na legalidade são:
- Segurança do paciente, reduzindo riscos de complicações ou reações indesejadas durante os procedimentos.
- Qualidade garantida, já que os itens passam por processos de controle que garantem a eficácia e durabilidade.
- Resultados mais previsíveis, pois foram desenvolvidos levando em consideração a anatomia facial e as técnicas adequadas.
- Suporte técnico e treinamento, visto que as empresas que fornecem materiais oficiais geralmente auxiliam os profissionais que os utilizam, quando necessário.
- Responsabilidade legal, porque o uso de materiais oficiais garante que você está atuando dentro das normas e regulamentações estabelecidas pelas autoridades de saúde.
A harmonização facial na odontologia é uma área que tem crescido em número de especialistas pela procura de pacientes que desejam melhorar a autoestima ao realizar os procedimentos. É dever do profissional realizar as ações de forma ética, prezando pela saúde da pessoa.
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