Implantodontia

A Odontologia e a Terceira Idade

É notório que com o avanço da idade, existe a inevitável diminuição das funções biológicas e vitais, bem como o aumento na manifestação de enfermidades e disfunções em todo o organismo.

É notório que com o avanço da idade, existe a inevitável diminuição das funções biológicas e vitais, bem como o aumento na manifestação de enfermidades e disfunções em todo o organismo.

O avanço das ciências da saúde, particularmente da medicina, criou possibilidades para aumentar consideravelmente a vida do ser humano, frequentemente com boa qualidade.

Ainda assim, com frequência, nos deparamos com dois tipos bem distintos de idosos:

  • Aqueles que realmente exercem a vida em todas as suas atividades, com real interesse e vitalidade;
  • E aqueles que “se mantém vivos”, por forças de medicações e cuidados médicos.

O primeiro é ávido por aprendizado, por novidades e busca constantemente viver cada momento de sua vida, com toda a vivacidade possível. É vaidoso, arruma-se bem, veste-se com cuidado, e procura apresentar-se com a beleza de sua idade, preocupando-se em ter uma aparência saudável e agradável.

O outro já não demonstra prazer em continuar vivo, abdica das conquistas, lamenta-se sempre, desfia um terço enorme de doenças e mal-estar e usa sua idade e condição de saúde, como moeda para negociar afeto ou qualquer outra pretensão, sem dar-se ao trabalho de continuar na luta “da” e “pela” vida.

Na atividade odontológica se faz necessário o conhecimento das variações emocionais pelas quais passa o indivíduo nas diferentes fases de sua vida, da infância à senilidade, devendo o cirurgião-dentista aguçar sua percepção e desenvolver a compreensão do estado emocional do paciente idoso, atentando para valorizar a função e a estética como sustentação de autoestima, proporcionando, deste modo, uma melhor mastigação, estimulando o cuidado com o próprio corpo e elevando a autoestima perdida ou diminuída.

Com os avanços que a Odontologia vem conseguindo obter, sobretudo nas últimas três décadas, com o advento da implantodontia, da criação de novas técnicas e materiais, muito se pode fazer ao idoso portador de dentes naturais, prótese fixas, removíveis ou próteses totais, no intuito de elevar significativamente sua qualidade de vida, desenvolvendo condições para que possa participar ativamente de um dos maiores prazeres da vida que é comer, com eficiência e conforto, devolvendo a possibilidade de manifestar suas alegrias através de um sorriso “natural”, estético e sem constrangimento, melhorando, inclusive, sua comunicação com o mundo.

 

APLICAÇÃO DOS IMPLANTES NA TERCEIRA IDADE

Do ponto de vista odontológico, cáries, doença periodontal, câncer bucal, problemas oclusais, diminuição ou falta de saliva, ausência parcial ou total de dentes são observados nos idosos e relacionam-se diretamente com as condições de saúde geral e com o grande número de medicamentos usados por estes pacientes. Daí a importância da prevenção e da manutenção de uma saúde bucal e geral, adequadas a esta faixa etária, uma vez que não é possível separar a cavidade bucal do organismo como um todo.

A ausência parcial ou total de dentes leva a uma redução na capacidade mastigatória, pois o paciente evita alimentos consistentes e fibrosos, deixando de ingerir nutrientes essenciais para a boa qualidade da sua dieta e que contribuem para exacerbar os problemas sistêmicos que, por sua idade, já possa estar apresentando.

Nos últimos anos, os implantes dentários assumiram grande importância entre a população geriátrica, onde além de melhorar a estética e a função, as próteses implanto-suportadas podem prevenir a perda de autoestima e combater o isolamento social, causados pela ausência de dentes ou destes estarem em péssima composição para um correto preparo do bolo alimentar, bem como no aspecto visual e, assim, não permitindo ao indivíduo desfrutar de um envelhecimento com boa qualidade de vida física, social e psicológica.

Os implantes dentários funcionam como “pinos” intraósseos que são capazes de reter melhor as próteses totais (“dentaduras”) em posição, evitando o seu deslocamento, podendo ser usados também como suporte para próteses fixas. O material desses implantes é o titânio puro, que é biocompatível com os tecidos bucais, ou seja, não causam danos à cavidade bucal.

O fato de ser idoso não seria uma contraindicação para o uso de implantes. Vários estudos mostram que os problemas cirúrgicos ou protéticos e as complicações encontradas em pacientes geriátricos são similares àquelas reportadas em alguns pacientes jovens ou mesmo adultos. O tratamento com implantes deveria levar em conta normas médicas de saúde geral, onde todo o esforço deve ser focado na seleção meticulosa do paciente, visando considerar possíveis condições geriátricas responsáveis por previsíveis falhas no uso de implantes.

Os pacientes da terceira idade, que considero acima dos 70 anos, devido a longevidade atual e que se dispuseram a tratamentos com implantes dentários, hoje gozam de grande autoestima e satisfação ao se alimentarem sem reservas e sorrirem com satisfação.

 

Geraldo Paglia Júnior
Cirurgião Buco Maxilo Facial, doutorando e especialista em implantodontia, mestre em periodontia. Responsável e apresentador do programa Falando com o Doutor, transmitido em São Paulo pela Rádio Mundial (95,7 Mhz FM e 660 KHz AM) todas quartas-feiras às 7:30 h. Proprietário da Clínica Odontológica Paglia, há mais de 30 anos, situada na zona norte de São Paulo. Responsável pela consultoria científica da Microplant.

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