PINOS DE FIBRA DE VIDRO: REVISÃO DE LITERATURA E CASO CLÍNICO (Splendor SAP®)
ANA CAROLINA COSTA MATSUOKA CORREIA (Especialista em Endodontia)
CLAUBER ROMAGNOLI ** (Especialista em Endodontia e Implantodontia; Mestre em Endodontia)
DOUGLAS GIORDANI NEGREIROS CORTEZ ** (Especialista em Endodontia e Implantodontia; Mestre e Doutor em Endodontia)
RENATO INTERLICHE ** (Especialista em Endodontia e Implantodontia; Mestre em Endodontia)
RESUMO
Cada vez mais vem crescendo a busca por materiais que agreguem em termos de tempo e custo aliados à estética. Nesse cenário, os pinos em fibra de vidro vêm sendo mais utilizados na clínica odontológica, uma vez que apresentam vantagens em relação aos pinos metálicos fundidos em relação às propriedades físico-mecânicas além de possibilitar técnicas de menor tempo de trabalho e menor custo laboratorial. O presente trabalho teve por objetivo abordar, através de uma revisão de literatura, as principais características dos pinos de fibra de vidro e demonstrar uma das técnicas de utilização no relato de um caso clínico. O emprego desse material agregou facilidade técnica no preparo e cimentação do pino, bem como no preparo do núcleo e confecção de provisório. Além disso, a estética final do preparo se mostrou satisfatória. Portanto, a utilização dos pinos pré-fabricados em fibra de vidro se mostra uma excelente opção na reabilitação de dentes tratados endodonticamente, tanto pelas propriedades que apresentam quanto pela técnica.
INTRODUÇÃO
O sucesso do dente tratado endodonticamente depende não somente de uma terapia endodôntica satisfatória, mas também da restauração coronária adequada após a finalização do tratamento, uma vez que previne nova contaminação do sistema de canais radiculares e devolve função mastigatória. Portanto, a correta indicação de técnicas e materiais restauradores têm sido um desafio (CHEUNG, 2005; FONSECA et al., 2011).
Muitas vezes, dentes submetidos a tratamentos endodônticos possuem grandes perdas de estrutura coronária, sejam decorrentes de lesões cariosas extensas, fraturas traumáticas ou restaurações. Em alguns casos, se faz necessário a realização de reconstruções coronárias prévias à endodontia, visando evitar contaminação da cavidade pulpar pelos fluidos orais, bem como para auxiliar o isolamento absoluto e na prevenção de acidentes durante o tratamento causados pelas soluções irrigantes e instrumentos operatórios (HEYDRICH, 2005).
A reabilitação pós-endodontia muitas vezes pode necessitar de técnicas de retenção intrarradicular. Os pinos ideais devem transferir o mínimo de estresse para o dente, proporcionar retenção adequada ao núcleo de preenchimento e de ser de fácil remoção para permitir retratamento endodôntico (STRUB et al., 2001). Dentre os retentores, destacam-se duas principais opções: pinos metálicos e os pinos de fibra.
Atualmente, os pinos de fibra vêm sido cada vez mais utilizados por suas vantagens como: resistência à corrosão, superior estética e menor número de sessões clínicas necessárias para sua confecção (FERREIRA et al., 2012). Seu módulo de elasticidade se assemelha ao da dentina, proporcionando uma melhor distribuição do estresse ao remanescente e diminuindo o risco de fraturas radiculares (TEIXEIRA et al., 2009). Quando comparados aos pinos metálicos, permitem melhor estética uma vez que estes podem causar sombras e descolorações na coroa protética na interface gengival (ANDERSON et al., 2007). Além disso, consequências da fratura radicular tendem a ser menos graves com pinos de fibra de vidro do que com pinos de liga metálica (TANG et al, 2010).
O presente trabalho objetiva abordar as principais características dos pinos de fibra de vidro, bem como vantagens e desvantagens desta técnica, através de um relato de caso clínico e revisão de literatura.
REVISÃO DE LITERATURA
Strub et al. (2001) compararam a taxa de sobrevivência e resistência à fratura em incisivos centrais superiores usando 4 diferentes sistemas de retentores intrarradiculares e núcleos cobertos por copings cerâmicos após exposição em boca artificial. Utilizaram 40 dentes extraídos, obturados e cortados 2mm acima da junção cemento esmalte, os quais foram divididos em 4 grupos de acordo com os sistemas de retentores. Grupo A pinos Permador e núcleo Olympia, grupo B pinos Cerapost e núcleo Ceracap, grupo C pino experimental resino cerâmico com núcleo Ceracap e grupo D Cerapost com núcleo Coso Ingots. Todos os elementos receberam coping cerâmico confeccionado pelo sistema Procera. Foram expostos a ambiente oral artificial e submetidos à força até a fratura. Sete elementos fraturaram parcial ou totalmente durante a exposição ao ambiente oral artificial. A taxa de sobrevivência após 1200000 ciclos foi 90%, 80%, 60% e 100% nos grupos A, B, C e D, respectivamente. Os autores sugerem que o resultado mais satisfatório em restaurações de dentes anteriores se mostrou no grupo D.
Gesi et al. (2003) compararam o tempo necessários na remoção de três diferentes tipos de pinos utilizando dois diferentes kits de remoção. Foram utilizados sessenta dentes anteriores extraídos, os quais foram tratados endodonticamente e preparados para a cimentação de três tipos de pinos: pinos cônicos de fibra 6%, FRC Poster e Composipost. Na remoção utilizou-se de dois métodos diferentes para cada metade dos espécimes de cada grupo, brocas do kit de remoção dos pinos de fibra RTD e associação de brocas diamantadas com broca Largo. O processo de remoção foi cronometrado, a fim de se obter o tempo. O menor tempo necessário foi observado nos pinos Composiposts, com diferença estatística significativa, enquanto os outros dois tipos de pinos levaram tempos semelhantes. Já em relação aos kits de remoção, notou-se que utilizando broca diamantada e broca Largo requereu menor tempo de trabalho. Ainda, observaram que não houve interação significativa entre o tipo de pino e tipo de broca, uma vez que independente do pino, o tempo de remoção utilizando kit RTD foi sempre maior.
Cheung (2005) analisou os princípios no uso de pinos intrarradiculares, abordando suas indicações, diferentes tipos de pinos, bem como diferentes materiais e design, preparo intrarradicular e cimentação. Selecionou artigos a partir de uma pesquisa na base de dados Medline sobre dentes tratados endodonticamente bem como sobre pinos e núcleo. O autor aponta que a principal função dos pinos é a retenção do núcleo em caso com remanescente dentário insuficiente para suportar a restauração final. Ainda sugere que critérios de seleção do tipo adequado devem incluir a força, módulo de elasticidade, retenção, biocompatibilidade, estética e recuperabilidade. Além disso alerta que o preparo requer conhecimento anatômico para evitar percalços. Conclui que existem muitos novos materiais promissores no mercado, porém os clínicos devem ter em mente que cada um possui uma indicação de uso.
Heydrich (2005) descreve em seu trabalho uma técnica para restauração provisória de dentes com extensa perda de estrutura realizada previamente ao tratamento endodôntico, utilizando compósitos fluidos fotopolimerizáveis. Após a remoção total de lesões cariosas e restaurações insatisfatórias, insere-se fio retrator em áreas de preparo subgengival, visando a hemostasia e visualização das margens. Então, aplica-se adesivo autocondicionante de passo único em toda a área a ser reconstruída seguido de sua fotopolimerização. O autor orienta a utilização de tira de matriz ou reconstrução a mão livre. Utilizando compósito fotopolimerizável fluido, realiza-se a reconstrução. O autor orienta a polimerização incremental para melhor controle do material. Finaliza-se com a utilização de ponta diamantada para redução da superfície oclusal e contorno da restauração. Dessa forma, pode-se realizar o isolamento absoluto e início do tratamento endodôntico. O autor conclui que esta técnica previne a infiltração marginal antes, durante e após o tratamento, aumentando a estabilidade do grampo e impedindo a degradação do dente por cárie ou fratura.
Lindemann et al. (2005) buscaram determinar a efetividade (remoção completa) e eficiência (tempo) da remoção de pinos de fibra utilizando diferentes técnicas e diferentes tipos de pinos. Utilizaram 80 pré-molares inferiores unirradiculares com comprimentos e largura semelhantes. Após decoronados e tratados endodonticamente, os espécimes foram divididos em 4 grupos de 20 dentes e submetidos ao preparo para os retentores intrarradiculares dos seguintes sistemas: ParaPstXH-control, ParaPost Fiber White e Luscent Anchors e Aestheti-Plus. Após a cimentação, cada grupo teve 10 dentes com pinos removidos com seu kit de remoção de fábrica correspondente e 10 removidos utilizando pontas diamantadas e ultrassom. Os tempos para remoção foram marcados e os espécimes foram seccionados longitudinalmente a fim de se avaliar a efetividade da remoção, sendo classificados de 0 a 5. Como resultado, os kits removeram os pinos Luscent Anchors com maior efetividade e eficácia enquanto os pinos Aesthetic Plus levaram mais tempo e foram removidos menos efetivamente. Além disso, as pontas diamantadas demonstraram necessitar de um maior tempo de trabalho, embora removessem melhor em termos de qualidade. Tendo em vista os resultados obtidos, os autores puderam concluir que os kits foram significantemente mais eficientes enquanto pontas diamantadas e ultrassom se mostraram mais efetivos. Portanto, a associação das duas técnicas melhoraria os resultados, utilizando os kits seguidos das pontas diamantadas e ultrassom.
Anderson et al. (2007) avaliaram a eficácia e efetividade de três diferentes sistemas de remoção de pinos intrarradiculares. Pinos de fibra (D.T. Light-Post nº 1 e ParaPost FiberLux nº 5) foram cimentados em sessenta dentes unirradiculares após realizar tratamento endodôntico e preparo para pino segundo as recomendações dos fabricantes. Utilizaram três métodos de remoção: D.T. Light-Post removal kit, Kodex Twist/Tenax ParaPost removal kit e uma combinação de ponta diamantadas e broca Peeso. O tempo para remoção completa do pino (eficácia) foi marcado e após a remoção os dentes foram seccionados longitudinalmente em duas partes para avaliação da efetividade, classificada numa escala de 1 a 5. Obtiveram como resultado que não houveram diferenças significativas entre os grupos no quesito eficácia, uma vez que todos os métodos removeram os pinos. Quanto à efetividade, não houveram diferenças estatísticas entre os dois tipos de pinos. Já em relação aos métodos de remoção, a associação entre a ponta diamantada e a broca Peeso se mostrou mais efetiva do que os outros dois métodos. Portanto, os autores puderam concluir que todos os três métodos de remoção se mostraram eficazes. Porém a maior efetividade foi encontrada utilizando ponta diamantada e Peeso.
Clavijo et al. (2008) descreveram através de um caso clínico a técnica detalhada de confecção indireta do pino de vidro anatômico com o sistema Fibrex-Lab, mostrando duas vantagens e indicações. O paciente masculino, 43 anos, procurou atendimento na Faculdade de Odontologia de Araraquara com a queixa estética de seu sorriso, que apresentava coroas de resina acrílica nos incisivos centrais superiores com forma e adaptação marginal insatisfatórias, além de diastemas amplos nos incisivos. Também foi diagnosticado inadequação de núcleos metálicos fundidos tanto no diâmetro quando no comprimento. Realizou-se, então, o retratamento endodôntico dos elementos 11 e 21, bem como a substituição dos núcleos metálicos por pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro e confecção de coroas totais em cerâmica metal free. Enquanto nos dentes 12 e 22 realizaram laminados cerâmicos para melhor distribuição dos espaços existentes nos diastemas. Após o clareamento dental de todos os dentes, realizaram a regularização do preparo para o pino com broca Largo, seguida pela moldagem do preparo utilizando silicona de adição na técnica de moldagem em passo único. Na fase laboratorial, confeccionaram um pino intrarradicular em resina acrílica autopolimerizável no modelo de trabalho, o qual foi moldado com cola quente para a cópia fiel da porção radicular. Então, a fibra de vidro medial foi inserida no molde juntamente com o adesivo e levados ao aparelho de vácuo para o melhor escoamento do material e em seguida fotopolimerizados, seguidos pelo acabamento e polimento da peça. Foram então cimentados com cimento resinoso dual e posteriormente realizados os acabamentos do preparo e procedimentos de moldagem para a confecção e cimentação da coroa protética. O resultado final mostrou estética funcional com restabelecimento da dentina e esmalte com materiais restauradores com propriedades mecânicas, funcionais e ópticas semelhantes à estrutura dental perdida. Os autores concluíram que a técnica descrita é uma opção viável na reabilitação de dentes tratados endodonticamente com canais amplos e/ou fragilizados por perda de estrutura radicular, uma vez que o material possui características biomecânicas semelhantes à dentina e minimizando o risco de fraturas radiculares irreversíveis.
Teixeira et al. (2009) objetivaram avaliar a força de adesão de pinos de fibra de vidro translúcidos canais com dentina radicular enfraquecida, restaurados com resina composta em diferentes tempos de polimerização. Utilizaram de 60 incisivos superiores unirradiculares, os quais foram tratados endodonticamente. O material obturador foi removido 24 horas após a obturação e os espécimes foram divididos em quatro grupos, dos quais três grupos tiveram a dentina radicular experimentalmente enfraquecida por desgaste e um grupo de controle sem desgaste. Os três grupos tiveram os condutos restaurados com resina composta previamente à cimentação do pino de fibra de vidro, cada grupo foi submetido a um tempo de polimerização (40, 80 e 120 segundos) pela condução de luz através dos pinos translúcidos. Após a cimentação do pino, foram seccionadas transversalmente em fatias de 1 mm, as quais foram testadas por push-out. Com relação ao tempo de polimerização, não houve influência nos resultados. Falhas adesivas ocorreram com mais frequência, no geral. Enquanto falhas coesivas ocorreram apenas nos grupos restaurados. Portanto, os autores puderam concluir que as restaurações intracanal associados a pinos de fibra de vidro translúcidos obtiveram força de adesão à dentina semelhante ou maior que o grupo controle, independentemente do tempo de polimerização aplicado.
Al-Omiri et al. (2010) buscaram analisar criticamente, por meio de uma revisão sistemática, aspectos relacionados à resistência à fratura de dentes restaurados retidos à pino intrarradicular. Artigos encontrados na busca nas bases de dados Pubmed/MEDLINE, Cochrane e Scopus foram incluídos na revisão, tanto estudos in vivo quanto ex vivo, que abordavam o tema de dentes endodonticamente tratados com restaurações retidas à pino. Observaram um consenso geral entre os pesquisadores de que os pinos, por si só, não oferecem reforço para os dentes restaurados, além de que sua inserção envolve procedimentos que geralmente sacrificam a estrutura dentária e reduzem a resistência à fratura dos dentes. Fraturas de raiz não reparáveis têm sido frequentemente relatadas como o modo de falha mais catastrófico, especialmente quando foram usados pinos rígidos. Também foi observado que o tratamento de dentes tratados endodonticamente usando pinos pode ser mais bem-sucedido quando a perda da estrutura do dente é limitada, presença de férula, uso de pinos com propriedades físicas semelhantes à dentina, técnicas de cimentação adesivas e restauração coronária. Portanto, quando se consideram as vantagens e desvantagens de diferentes sistemas e materiais, os pinos resinosos e fibrosos com núcleos de compósitos parecem ser o melhor sistema disponível em termos de fratura e comportamento biomecânico. Essas diretrizes são baseadas principalmente em estudos ex vivo e, em menor extensão, em estudos in vivo. Concluíram que a falta de estudos clínicos randomizados controlados a longo prazo é o principal obstáculo para se chegar a uma opinião conclusiva e indiscutível sobre os pinos endodônticos em termos de fratura dentária e comportamento biomecânico.
Tang et al. (2010) buscaram identificar e reduzir os riscos de possíveis fraturas em dentárias a partir de uma revisão da literatura. Em seus achados, observaram que restaurações extensas em amálgama e resina composta sem proteção de cúspide aumento o risco a longo prazo de fratura dentária tanto em dentes vitais quanto endodonticamente tratados. Fraturas radiculares verticais ocorreram principalmente em molares tratados endodonticamente e perdas dentárias elevadas ocorrem mais em dentes tratados endodonticamente com restaurações provisórias do que definitivas. Abordaram fatores de risco não controláveis pelo profissional, como as propriedades mecânicas reduzidas da estrutura dental devido a processos fisiológicos e patológicos. Fatores de risco controláveis pelo profissional também foram estudados, pelos riscos iatrogênicos associados a vários procedimentos clínicos, como dentes imaturos com rizogênese incompleta, acesso endodôntico, preparo radicular, irrigação do conduto, obturação, restauração do acesso endodôntico, preparo para pino intrarradicular, restauração coronária e a utilização de dentes endodonticamente tratados como pilares. Concluíram que dentes com raízes incompletas devem passar por apicificação antes da obturação, dentes com formação radicular completa requerem remoção mínima de estrutura remanescente nos preparos de acesso, instrumentação radicular, preparo para pino e restauração coronária. Pinos intrarradiculares devem ser utilizados apenas quando necessários para retenção de núcleos e restaurações. Além disso, deve-se vedar adequadamente as cavidades de acesso e recobrimento de cúspides enfraquecidas para evitar recontaminação microbiana e fraturas dentárias.
Fonseca et al. (2011), por meio de um relato de caso, apresentaram a sequência técnica do reembasamento de um pino de fibra de vidro em canal amplo de um incisivo central fraturado coronalmente. Paciente masculino, 12 anos, apresentou-se com o dente 11 fraturado em esmalte e dentina com exposição pulpar. Foi realizado o tratamento endodôntico do elemento e devido a extensão da fratura, indicou-se o emprego do retentor intrarradicular para uma maior retenção da restauração. Após a remoção do material obturador, procedeu-se o preparo para pino com o kit do fabricante, seguido pela prova do pino. A fim de uma melhor adaptação, realizaram o reembasamento do pino com resina composta microhíbrida e posteriormente a cimentação utilizando cimento resinoso autopolimerizável. Então, realizaram a restauração direta com resina composta microhíbrida. Os autores consideraram que o caso resultou em sucesso biomecânico e estético. Além disso pontuam que o uso de pinos anatômicos reembasados com resina composta trazem melhorias à restauração de dentes tratados endodonticamente com indicação para retentores intrarradiculares.
Ferreira et al. (2012) revisaram a literatura odontológica acerca dos tipos de cimentos disponíveis no mercado para a cimentação de pinos fibrorreforçados, bem como a estratégia adesiva empregada para cada tipo de cimento. Abordaram os cimentos resinosos de condicionamento ácido total, cimentos resinosos autocondicionantes e cimentos resinosos autoadesivos. Sugerem que a cimentação adesiva dos pinos fibrorreforçados é uma etapa crítica no resultado clínico a longo prazo, portanto exige conhecimento do profissional sobre os princípios de adesão e dos materiais utilizados.
Tian et al. (2012) buscaram comparar a principal falha de pinos de fibra de vidro cimentados com três diferentes adesivos resinosos, com ou sem a aplicação prévia de silano, utilizando um teste de pullout e observação no microscópio eletrônico de varredura para visualização do tipo de falha do sistema adesivo. Utilizaram 56 incisivos inferiores recém-extraídos por motivos periodontais. Dois grupos controle (n=4) e 6 grupos experimentais foram formados (n=8). Os grupos controle foram formados por pinos de fibra não cimentados. Já os grupos experimentais compostos pelos seguintes elementos: ParaCore, Paracore + silano, RelyX Unicem, RelyX Unicem + silano, RelyX ARC e RelyX ARC + silano. Portanto, metade dos espécimes dos grupos experimentais foram submetidos à ação do silano. O teste de pullout foi realizado utilizando uma velocidade de 1,0 mm / min. A força foi aplicada até o pino ser removido e o valor máximo de carga foi registrado. Os espécimes foram cortados longitudinalmente, e metade das peças foram seccionadas transversalmente na espessura de 1mm e tratadas para avaliação da interface de fratura. Classificaram de acordo com o tipo de fratura existentes: falha adesiva, falha coesiva e falha combinada (ambos modos de falha). Houve diferença estatística entre os 3 sistemas adesivos experimentais. ParaCore foi significativamente diferente de RelyX Unicem e RelyX Arc, entretanto não houveram diferenças entre estes dois últimos sistemas, bem como no uso do silano ou não. Já na investigação quanto ao tipo de falha, foi observado que a falha coesiva foi o modo mais ocorrentes no ParaCore, havendo mais marcas de resina na dentina o que nos outros grupos. Para RelyX Unicem, o tipo com maior ocorrência foi a falha adesiva na interface resina/dentina com poucos tags de resina. O modo de falha mais representativo no RelyX Arc foi a falha adesiva, com mais tags de resina na dentina quando comparado ao ParaCore. Os autores concluíram que os resultados indicam que a silanização não se mostrou determinante em relação às falhas. Entretanto, houve uma maior retenção utilizando os sistemas adesivos de dois passos comparados aos autocondicionantes, sendo, portanto, mais vantajosos para os clínicos utilizar sistemas de dois passos.
Santos-Filho et al. (2014) avaliaram a influência do sistema de pinos, comprimento do pino e presença de férula no comportamento biomecânico de dentes tratados endodonticamente. Oitenta incisivos bovinos de tamanho e formato semelhantes, sem fissuras, foram selecionados e seccionados transversalmente no comprimento de 15 e 13 mm do ápice, de forma que um grupo manteve 2 mm de férula (F) e outro grupo com ausência de férula (AF), respectivamente. Os dentes foram submetidos a tratamento endodôntico. Cada grupo foi subdividido em subgrupos de acordo com o tipo de sistema, pino de fibra de vidro (Gpc) e pino-núcleo (Cpc), e ainda os subgrupos divididos em mais dois subgrupos adicionais de acordo com o comprimento dos pinos, 7 e 12 mm. Os espécimes foram desobturados e preparados de acordo com cada comprimento a ser utilizado, os pinos foram cimentados utilizando cimento autocondicionante. Foram realizados os preparos para coroa protética e todos os espécimes foram restaurados com coroa metálica de Ni-Cr. Cinco espécimes de cada grupo foram submetidos a um teste de resistência a tensão e a força necessária para fraturar uma amostra foi registrada. Foram, então, classificados quanto aos padrões de fratura: fratura do pino ou núcleo, fratura radicular no terço cervical, fratura radicular no terço médio, fratura radicular no terço apical e fratura vertical da raiz. Como resultados, obtiveram que a diminuição dos comprimentos dos pinos nos grupos Cpc produziu maiores valores de deformação, enquanto os grupos Gfp não sofreram influência do comprimento, porém apresentaram maior grau de deformação os espécimes com ausência de férula. Os grupos Cpc apresentaram maior nível de estresse na férula e interface pino-dentina. Enquanto o Gfp distribuiu as tensões na superfície externa, semelhante a dentes não tratados, além de não terem a distribuição de tensão influenciada pelo comprimento do pino. Já os Cpc apresentaram maior nível de estresse nas áreas de menor calibre do canal. Quanto à presença ou ausência da férula, a resistência à fratura do grupo F foi maior que do grupo AF. O grupo Cpc apresentou incidência significantemente maior de fraturas irreparáveis comparado ao grupo Gfp. Concluíram neste estudo que a presença da férula desempenha papel determinante na deformação, distribuição de forças, resistência à fratura e tipo de falha. Os pinos de fibra de vidro representam uma escolha conservadora quando não há presença de férula, visto os padrões de fratura irreparáveis observados no estudo. Além disso, quando utilizados, o pino-núcleo devem ser o maior possível, enquanto o desempenho biomecânico do pino de fibra de vidro seja menos sensível ao comprimento do pino.
Figueiredo et al. (2015) realizaram uma análise de ensaios clínicos e estudos de coorte que avaliando a incidência de fraturas radiculares em restaurações retidas a pino intrarradicular, com a hipóstese de que pinos metálicos apresentam taxas maiores que pinos de fibra. Sete ensaios clínicos randomizados e 7 estudos de coorte foram incluídos, com critério de seleção de pelo menos um caso de fratura e acompanhamento de 5 anos ou mais. Os resultados dessa meta-análise mostraram uma taxa de sobrevivência mais alta para pinos de metal do que para pinos de fibra, principalmente em períodos mais longos de acompanhamento. No entanto, os resultados a respeito da taxa de incidência de falha catastrófica contradizem aqueles observados em estudos in vitro, mostrando uma similaridade na taxa de incidência de falhas catastróficas entre pinos de metal e fibra. Quando apenas ensaios clínicos são analisados, os pinos de metal mostraram uma maior taxa de incidência de falhas catastróficas, enquanto o oposto foi observado em estudos de coorte. Concluíram que, a partir dessa revisão sistemática, não se pode suportar a indicação de pinos de fibra com base na redução de falhas irreparáveis.
Ferreira et al. (2018) objetivaram demonstrar, através de um relato de caso, a técnica de confecção de um pino de fibra de vidro anatômico cimentado em um dente anterior com remanescente coronário reduzido e embocadura ampla do conduto. O paciente, do gênero masculino, 49 anos, queixava-se sobre a aparência estética dos dentes ântero-superiores. O elemento 12 apresentava coroa metalocerâmica com pino-núcleo metálico fundido, os quais foram removidos e substituídos por um pino de fibra de vidro anatomicamente adaptado. Utilizaram a técnica de reembasamento do pino com resina composta e posteriormente a cimentação do mesmo com cimento resinoso dual. O núcleo foi realizado em resina composta seguido pela confecção e cimentação da coroa protética em cerâmica. Os autores argumentam que é possível reabilitar dentes anteriores utilizando pinos de fibra de vidro anatômicos, tendo como vantagem seus melhores resultados estéticos quando comparados aos pinos metálicos. Porém pontuam ser necessário o acompanhamento clínico dos casos, além da correta indicação para casos onde haja oclusão estável que garanta a longevidade da restauração.
RELATO DE CASO CLÍNICO
Paciente do gênero feminino R.L.B.C., 67 anos, apresentou-se à clínica do curso de Especialização em Endodontia (Educação Inteligente-Uningá, Londrina, Brasil), com a queixa de necessidade de retratamento dos elementos 14 e 15 para posterior reabilitação protética.
O dente 14 apresentava-se com tratamento endodôntico insatisfatório com a porção apical sem obturação, enquanto o dente 15 se encontrava obturado radiograficamente satisfatório, porém com material obturador exposto ao meio bucal por mais de três meses (Figura 1).
Figura 1 – Radiografia inicial: Ambos os elementos foram retratados sob magnificação com microscópio operatório, utilizando limas rotatórias Prodesign Logic RT (Easy/Bassi equipamentos odontológicos, Belo Horizonte, Brasil) e irrigação com hipoclorito de sódio 2,5% e EDTA 17%. Utilizou-se também a irrigação ultrassônica passiva (PUI) com insertos ultrassônicos para potencialização da irrigação.
A obturação do elemento 14 foi realizada utilizando guta-percha Odous de Deus FM (Odous De Deus, Belo Horizonte, Brasil) e cimento endodôntico MTA Fillapex (Angelus, Londrina, Brasil) com a técnica Híbrida de Tagger.
O elemento 15 foi obturado utilizando guta-percha FM Odous de Deus e cimento endodôntico Bio-C Sealer (Angelus, Londrina, Brasil) com a técnica de compressão hidráulica vertical. Após o tratamento endodôntico, ambos os elementos foram restaurados provisoriamente com cimento de ionômero de vidro (Figura 2).
Figura 2 – Radiografia final após retratamento endodôntico: Após realizados os retratamentos endodônticos, em uma outra sessão, realizou-se o preparo e cimentação do pino pré-fabricado em fibra de vidro no dente 15.
Após o preparo do canal com a broca do kit do pino Splendor, realizou-se a prova do pino no canal clínica e radiograficamente. O pino e a luva foram limpos com álcool 70%, seguido da aplicação de silano, secagem, aplicação de adesivo Fusion Duralink (Angelus, Londrina, Brasil) e fotopolimerização.
O canal radicular foi submetido a ataque ácido com ácido fosfórico 37%, lavagem e secagem branda, aplicação de Primer Fusion Duralink (Angelus, Londrina, Brasil) e Catalisador Fusion Duralink (Angelus, Londrina, Brasil) tornando a polimerização química.
Então, aplicou-se o cimento resinoso dual no interior do canal utilizando uma ponta misturadora e injetora do fabricante. Inseriu-se primeiramente o pino até o comprimento do preparo e em seguida a inserção da luva, adaptando-a mais apicalmente possível de acordo com a anatomia do canal. Utilizando o próprio cimento resinoso, foi confeccionado o núcleo de preenchimento, seguido de fotopolimerização.
O preparo do núcleo foi realizado com pontas diamantadas, seguido pela confecção do provisório em resina acrílica e cimentação do mesmo com cimento de hidróxido de cálcio (Figuras 3 a 22).
Todos estes procedimentos foram realizados no dente 14 em uma sessão seguinte.
Figura 3 – Aspecto clínico após retratamento endodôntico
Figura 4 – Elemento 15 sob isolamento absoluto
Figura 5 – Pino Splendor Angelus
Figura 6 – Broca de preparo intrarradicular, Pino Splendor e Luva do pino
Figura 7 – Preparo do canal
Figura 8 – Materiais utilizados
Figura 9 – Aplicação de silano no pino e na luva
Figura 10 – Aplicação de adesivo no pino e luva
Figura 11 – Fotopolimerização do adesivo no pino e na luva
Figura 12 – Condicionamento ácido do conduto com ácido fosfórico 37%
Figura 13 – Aplicação de primer e catalisador no conduto radicular
Figura 14 – Primer e Catalisador Fusion Duralink
Figura 15 – Cimento Allcem Core A3
Figura 16 – Aplicação do cimento no interior do conduto radicular
Figura 18 – Inserção do pino e luva no interior do conduto
Figura 19 – Inserção de material para confecção de núcleo de preenchimento
Figura 20 – Fotopolimerização do núcleo
Figura 21 – Preparo do núcleo de preenchimento
Figura 22 – Preparo do núcleo de preenchimento
Figura 22 – Provisório finalizado e cimentado.
DISCUSSÃO
A restauração de dentes tratados endodonticamente se mostra bastante complexa, uma vez que na maioria dos casos estes elementos apresentam-se consideravelmente danificados, gerando dúvidas acerca do tipo de material restaurador intrarradicular a ser utilizado (Clavijo et al., 2008). Os retentores intrarradiculares são indicados quando há necessidade de reconstrução coronária em dentes com grande perda de estrutura.
De acordo com Cheung (2005), a avaliação da indicação de pinos intrarradiculares é baseada na quantidade de remanescente dental após a remoção de tecido cariado e tratamento endodôntico finalizado. Ainda sugere que os critérios de seleção devem incluir força adequada, módulo de elasticidade, retenção, biocompatibilidade, estética e possibilidade de retratamento. No caso clínico apresentado, a paciente não possuía remanescente coronário compatível com restaurações sem retenção, portanto indicou-se a utilização de pino em fibra de vidro.
Além disso, é importante a presença de um remanescente coronário que proporcione o efeito férula. Assim como Santos-Filho et al. (2014) observaram em seu estudo, a presença de férula é um fator determinante na deformação, distribuição de tensão, resistência à fratura e modo de falha e sugerem que na ausência da férula, o uso de pinos de fibra de vidro representa uma escolha conservadora devido aos padrões de fratura não catastróficos observados. Tang et al. (2010) argumentam que a inclusão de férula de 1,5 a 2 mm de altura em coroas totais aumenta a resistência a fratura de dentes tratados endodonticamente.
Os pinos de fibra de vidro permitem técnicas de melhor adaptação à condutos mais amplos, exigindo menores espessuras de cimento, como a técnica anatômica descrita por Clavijo et al. (2008), na qual foram confeccionados pinos de fibra de vidro indiretos sendo compatíveis anatomicamente com o canal radicular, a partir da moldagem do conduto e confecção laboratorial do pino.
É possível ainda modelar os pinos pré-fabricados em fibra de vidro utilizando resina composta, uma vez que estes possuem boa união adesiva aos materiais resinosos. Ferreira et al. (2018) descreveram a técnica de pinos anatômicos utilizando compósitos em seu trabalho, permitindo realizar a individualização do pino em apenas uma sessão e dispensando etapas laboratoriais, tornando a confecção mais prática e rápida. No caso clínico descrito neste trabalho, optou-se pela técnica direta, utilizando o pino pré-fabricado em fibra de vidro Splendor (Angelus, Londrina, Brasil) que possibilitou uma rápida etapa de preparo e cimentação.
Este pino, associado à luva, resulta em uma maior proporção de fibra de vidro quando comparado aos pinos anatomizados, visto que este últimos apresentam maior quantidade de resina.
Em relação à incidência de falhas catastróficas, Tang et al. (2010) em seu estudo concluem que as consequências da fratura radicular são menos severas com pinos reforçados com fibra do que com pinos de liga metálica. Contrastando com os resultados de Figueiredo et al. (2015) que mostram semelhanças entre as incidências de falhas catastróficas entre restaurações retidas à pino de metal e fibra, havendo uma maior incidência de falhas não catastróficas em pinos de fibra, mas a taxa de sobrevivência foi semelhante para ambos os tipos de retentores.
Segundo Al-Omiri et al. (2010) as propriedades mecânicas dos materiais utilizados na confecção dos pinos, bem como a sua biocompatibilidade, podem influenciar a resistência à fratura dos dentes restaurados. Esse fator pode ser explicado tendo em vista que os pinos de fibra de vidro apresentam módulo de elasticidade mais próximo à dentina, dessa forma se mostram mais vantajosos com relação aos pinos metálicos.
Além das falhas por fratura, são relatadas falhas adesivas de deslocamento dos retentores. Tian et al. (2012) em seu trabalho encontraram um padrão de falha associado ao sistema adesivo, de forma que uma retenção significativamente mais forte foi observada em sistemas adesivos de 2 passos em comparação com os sistemas autocondicionantes, além disso não encontraram influência do silano sobre as falhas de deslocamento. Ferreira et al. (2012) sugeriram que a cimentação adesiva dos pinos de fibra de vidro desempenha papel crítico no sucesso a longo prazo, exigindo conhecimento dos materiais e princípios de adesão que esta técnica restauradora abrange.
Uma característica importante no planejamento de reabilitação de dentes tratados endodonticamente é a possibilidade de nova intervenção em casos de insucesso endodôntico, portanto, se faz essencial que os pinos possibilitem remoção para retratamento. Anderson et al. (2007) relatam que os pinos de fibra são removidos através da perfuração de um orifício piloto, através do qual se faz um canal no centro do pino até o comprimento total e, em seguida, desgastando o pino com brocas de diâmetro sucessivamente maior até que o pino seja removido totalmente. Gesi et al. (2003) afirmaram que a remoção de um pino de fibra é mais rápida e fácil do que remover um pino metálico. Segundo Lindemann et al. (2005) na maioria das situações de remoção de pinos de fibra, o clínico geralmente lida com retentores de origem desconhecida, nesses casos, kits de remoção são ineficazes uma vez que cada kit é desenvolvido especificamente para seu próprio tipo de pino. Dessa forma, o clínico recorre a insertos ultrassônicos e brocas que podem não ser necessariamente destrutivas, porém podendo ocorrer a distorção da forma e tamanho do canal. Em seu estudo, obtiveram resultados que mostraram que a maior eficiência em termos de tempo foi encontrada com kits de remoção, enquanto a eficácia foi melhor alcançada com pontas diamantadas e ultrassom. Dessa forma, sugerem que se pode obter um melhor desempenho utilizando os kits de remoção seguidos de instrumentação ultrassônica. Anderson et al. (2007) ainda afirmam que ao selecionar um sistema de remoção, tanto a velocidade quanto à eficácia permanece fatores importantes a serem considerados, enquanto a segurança do sistema é de extrema importância.
O caso clínico apresentado resultou em um tratamento satisfatório, em termos de tempo e estética, uma vez que pôde-se realizar em sessão única o preparo e cimentação do pino de fibra de vidro, além do preparo do núcleo e confecção do provisório, evitando etapas laboratoriais e grande número de consultas de retorno. Dessa forma, acreditamos ser uma vantagem tanto para o paciente quanto para o profissional. Além disso, a utilização do pino pré-fabricado apresentou-se uma excelente opção pela facilidade e simplicidade de uso, bem como a boa adaptação.
Optou-se pelo uso do pino Splendor que por possuir uma luva em fibra de vidro que se adapta ao pino e não exige a anatomização do pino com resina composta.
CONCLUSÃO
Através do estudo realizado, conclui-se que os pinos pré-fabricados em fibra de vidro se mostram eficazes para a retenção de restaurações em dentes tratados endodonticamente que apresentam perda de remanescente dental.
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