Biossegurança e odontologia são duas áreas inseparáveis. Isso porque as medidas adotadas com objetivo de prevenir e controlar riscos químicos, físicos e biológicos garantem a proteção tanto dos profissionais odontológicos quanto dos pacientes.
Quer saber mais sobre a importância dessas ações e quais boas práticas adotar nos procedimentos do seu consultório? Então, continue a leitura!
Importância da biossegurança na odontologia
A biossegurança desempenha papel fundamental na proteção dos indivíduos envolvidos nos atendimentos. Ela não se limita apenas à prevenção de contaminações por patógenos, mas também abrange a defesa contra agentes químicos e físicos presentes nos procedimentos.
Portanto, é indispensável que os cirurgiões-dentistas sigam as normas e recomendações de biossegurança em odontologia da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para garantir o resguardo e o bem-estar de todos.
Entre os documentos importantes do órgão está a Resolução nº 50/2002, que estabelece as diretrizes para a prática da biossegurança em serviços de saúde, incluindo a odontologia. O texto aborda o programa de controle de infecções, medidas de precaução padrão, processamento de instrumentos e materiais, além do gerenciamento de resíduos.
Boas práticas de biossegurança na odontologia
O Manual de Boas Práticas em Biossegurança para Ambientes Odontológicos, disponibilizado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), fornece diretrizes e recomendações para os profissionais da área. Confira abaixo as principais ações que devem ser seguidas.
Uso de EPIs
O uso de equipamento de proteção individual (EPI) é uma das boas práticas de biossegurança na odontologia.
Entre os EPIs mais utilizados está a máscara, que tem a função de proteger o profissional da inalação de microrganismos presentes no ar, além de impedir a reprodução de possíveis vírus no ambiente, resguardando o paciente.
Ao passo que o uso de luvas protege as mãos de dentistas e auxiliares do contato direto com fluidos corporais do paciente e potenciais patógenos. Elas devem ser descartáveis, trocadas a cada procedimento e sempre que houver contato com superfícies não estéreis.
Quanto aos óculos de proteção, eles previnem lesões oculares causadas por respingos de fluidos e produtos odontológicos. Outro EPI importante que forma uma barreira de segurança contra materiais biológicos é o avental ou o jaleco.
Vale ressaltar, ainda, que é fundamental seguir as instruções do fabricante em relação ao tempo de uso e descarte de cada EPI; os materiais devem estar em áreas de fácil acesso no consultório; e para garantir a funcionalidade, tanto o dentista quanto a equipe auxiliar devem receber treinamento sobre a correta utilização dos itens.
Esterilização, limpeza e desinfecção
Outra prática essencial da biossegurança na odontologia é a esterilização de instrumentos em autoclaves. Os materiais devem ser sanitizados, embalados e inseridos no equipamento.
Em cada ciclo, os microrganismos são eliminados, diminuindo o potencial de contaminação, permitindo, portanto, que os itens sejam reutilizados em outros procedimentos. Sendo assim, para assegurar a eficácia da autoclave, é importante que seja feita uma manutenção regular.
A desinfecção de superfícies, como cadeira odontológica, cubas e bancadas, deve ser realizada com certa periodicidade para evitar que os contaminantes entrem em contato com pacientes, auxiliares e cirurgiões-dentistas.
Vale citar outra boa prática: a limpeza das mãos para interromper a transmissão de microrganismos. O dentista e a equipe devem sanitizá-las cuidadosamente antes e após cada atendimento, utilizando sabão antisséptico ou solução alcoólica 70%.
Controle de infecções
Conforme as diretrizes da Anvisa, o dentista deve seguir as práticas de precaução padrão, que incluem o uso de EPIs durante os procedimentos, mas também a desinfecção do ambiente como um todo, abrangendo banheiros, recepção, escritório e demais áreas da clínica.
Outra ação preventiva é o uso de barreiras adicionais, como lençóis de proteção e sugadores de alta potência para reduzir a dispersão de partículas. Essa disseminação ocorre em procedimentos com aerossóis, quando há uso de caneta de alta rotação, jato de bicarbonato e ultrassom.
Gerenciamento de resíduos
O consultório odontológico também precisa estabelecer um sistema de gerenciamento de resíduos de acordo com as normas da Anvisa. Deve haver separação em recipientes distintos, seguindo a classificação, que é dividida em:
- Comuns.
- Infectantantes.
- Químicos.
- Perfurocortantes.
A contratação de uma empresa especializada para o descarte correto dos resíduos, seguindo as normas ambientais e de saúde, é outra ação indispensável. Esses prestadores de serviço são os responsáveis por coletar, transportar e realizar o tratamento adequado dos resíduos gerados.
Monitoramento e avaliação das práticas
O dentista e a equipe auxiliar devem manter registros do conjunto de ações de biossegurança adotadas, como a esterilização dos instrumentos, a utilização de EPIs e a limpeza das superfícies. A regularidade das práticas e o monitoramento é fundamental para manter a clínica segura para trabalhadores e pacientes.
Realizar avaliações periódicas é uma ótima medida para identificar possíveis falhas ou necessidades de melhoria na rotina de desinfecção.
A partir da implementação e da execução adequada das boas práticas e dos protocolos de biossegurança, o consultório odontológico se torna um ambiente seguro para pacientes e profissionais, reduz o risco de infecções cruzadas e garante a qualidade do atendimento. Por isso, não deixe de aplicá-las no seu consultório.
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